segunda-feira, 25 de março de 2013

HINO DA MINHA TERRA

Santo Aleixo Restauração






Santo Aleixo povo herói
Que na história estás gravado
Tens uma estátua na praça
Recorda os tempos passados

Recorda os tempos passados
Esses tempos de valor
Santo Aleixo abençoado
És povo restaurador

Memórias da minha infância vêem até mim num dia primeiro de Dezembro Todos em fila lá íamos nós depositar um ramo de flores homenageando os heróis da nossa terra.Chegam até mim as vozes infantis entoando o hino da nossa aldeia e um orgulho imenso inunda meu ser por ter nascido um dia em Santo Aleixo da Restauração , a terra do nosso antepassado tão valoroso Martins Carrasco.
Aos cinquenta e seis anos , o meu amor pela minha terra  mão mantém-se igual ao que sentia a adolescente de treze quando um dia deixou a minha linda aldeia.



segunda-feira, 18 de março de 2013

A VOZ




Venho da terra assombrada
Do ventre da minha mãe.
Do ventre da minha mãe.
Não pretendo roubar nada

Só quero o que me é devido
Por me trazerem aqui.
Que eu nem sequer fui ouvido
No acto de que nasci.

Trago boca pra comer
E olhos pra desejar.
Tenho pressa de viver
Que a vida é água a correr.

Tenho pressa de viver
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo
Não tenho tempo a perder.

Só quero o que me é devido
Por me trazerem aqui.
Que eu nem sequer fui ouvido
No acto de que nasci.

Trago boca pra comer
E olhos pra desejar.
Tenho pressa de viver
Que a vida é água a correr.

Tenho pressa de viver
Que a vida é água a correr.
Venho do fundo do tempo
Não tenho tempo a perder.



sexta-feira, 8 de março de 2013

A TI MULHER


Florbela, retrato e autógrafo



Ó mulher, como és fraca e como és forte
Como sabes ser doce e desgraçada
Como sabes fingir quando em teuu peito
a tua alma se estorce amargurada

Quantas morrem saudosa duma  imagem
adorada que amaram doidamente
Quantas e quantas almas endoidecem
Enquanto a boca rir alegremente

Quanta paixão e amor às vezes têm
Sem nunca confessarem a ninguém
Doce alma de dor e sofrimento

Paixão que faria a felicidade
Dum rei,  amor de sonho e de saudade
Que se vai e foge num lamento.





quarta-feira, 6 de março de 2013

DIREITO À INDIGNAÇÃO

Barrancos, 4 de Março de 2013
Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Barrancos
Excelência
Este documento tem a finalidade de mostrar a minha indignação  pela maneira como tenho sido tratada nos últimos dois anos pelos orgãos do poder deste município .
Negaram-me o direito ao trabalho e o direito à sobrevivência.
Ninguém vive do ar e com certeza  eu  não sobreviverei.
Cito algumas afirmações proferidas nos últimos anos  durante a minha travessia no deserto.
-Não,não vai haver trabalho para ninguém, talvez anos ( Para mim?)
-Não podemos a sua filha está a trabalhar.( Irónico-duas vidas, duas realidades )
-O seu filho ganha 700 euros, aguente-se ( aprendiz de feiticeiro, informação incorrecta)
- Contratos, nem pensar já estamos a ser multados por isso ( As multas não devem ser tão relevantes...)
-Estágios só o privado , nós não podemos( Contorna-se e os estágios vão pingando)
Dois anos a subir as escadas da humilhação e a ouvir sempre a mesma cassete que era acionada e lá tinha que ouvir eu os repetitivos argumentos até que um dia olhei de frente e disse :
-Isto já não faz sentido...
Então...
Nunca mais subi as humilhantes escadas.Eu não merecia aquilo.Mereço mais respeito.
Durante os dois anos ouvi tantas certezas .
-Vou pedir um contrato
ou
-Vou pedir estágio
E eu ficava cada vez mais revoltada porque os pedidos eram aceites.
Senhor presidente todos somos portugueses, todos temos direito à vida , mas parece que nos vossos confortáveis gabinetes não se preocupam com quem realmente precisa.
Pedi uma avaliação séria sobre a a minha situação, voltou-se a cara para outro lado mais interessante e a dança continuou, uma dança que já não agrada a muita gente.
E ainda há quem tenha a coragem de questionar.
-Não compreendo porque me voltam a cara ?
- Porque será ?
Permita-me senhor presidente , mas estas políticas estão dividindo o povo de Barrancos.
Cidadãos comuns que vivem lado a lado são tratados de maneira diferente, uns têm direito à vida , outros não.
Que tristeza!
Agora aos 56anos só me resta lutar pela dignidade e pela sobrevivência.
Finalizo indignada.
Maria Mendes Galhoz

segunda-feira, 4 de março de 2013




Grândola, vila morena                                                               


Terra da fraternidade

O povo é quem mais ordena

Dentro de ti, ó cidade



Dentro de ti, ó cidade

O povo é quem mais ordena

Terra da fraternidade

Grândola, vila morena



Em cada esquina, um amigo

Em cada rosto, igualdade

Grândola, vila morena

Terra da fraternidade



Terra da fraternidade

Grândola, vila morena

Em cada rosto, igualdade

O povo é quem mais ordena



À sombra duma azinheira

Que já não sabia a idade

Jurei ter por companheira

Grândola, a tua vontade



Grândola a tua vontade

Jurei ter por companheira

À sombra duma azinheira

Que já não sabia a idade