sexta-feira, 22 de outubro de 2010

REFLEXÃO DO ESTÁGIO

Dia 6 de Setembro iniciei o estágio de 210 horas, última fase do curso de “ Informática e Técnico de Manutenção” , que fiz na biblioteca municipal de Barrancos. Foi uma experiência muito enriquecedora que me proporcionou praticar em contexto real de trabalho muitas das aprendizagens adquiridas durante a formação. A biblioteca para mim foi o local ideal: silêncio que me permitiu máxima concentração nas tarefas que me incumbiram. Desenvolvi as minhas aprendizagens no Excel, fazendo tabelas de dados das cotas dos livros existentes nesse espaço. Segundo a orientadora Sónia fui validada, espero que o meu esforço tenha sido um contributo para a simplificação do funcionamento da biblioteca. As minhas expectativas em relação ao curso e ao estágio de me abrirem novas portas são nulas; Valeram as aprendizagens e as vivências e também o carcanhol que me permitiu sobreviver durante estes 16 meses com mais desafogo. Foram 210 horas muito gratificantes e o que fiz foi feito com prazer.
Foram anos e anos a mendigar que me integrassem num curso, verdade seja dita, foi graças ao senhor Emílio Domingues; Presidente da Assembleia Municipal de Barrancos, o que era apenas um desejo tornou-se uma realidade, eu que fui anos sucessivos ignorada, houve alguém que me deu a mão numa fase muito delicada da minha vida e eu jamais o esquecerei. Um bem-haja e um muito obrigado.
Quero também mandar um beijinho muito especial ao pessoal com quem me relacionei durante este mês principalmente à minha orientadora Sónia, São Rico, Lurdes Torrado, a professora Pura e ao Emílio a quem desejo umas óptimas férias. Foi bom ter-vos conhecido. Até já.

Pequenos gestos

I.INDIFERENÇA- Há poucos dias aconteceu em Inglaterra algo muito preocupante e que nos deve fazer parar e reflectir no que se está tornando o ser humano : Quando se preparavam para comprar bilhetes no Metro, um homem empurrou uma mulher com tal força que ela bateu com a cabeça no chão entrando em estado de coma e acabando por morrer minutos depois, mas o mais preocupante aconteceu; foi visível os transeuntes a passar pelo local e não houve um gesto de solidariedade, passavam olhavam e seguiam em frente, que estranho! que imoral!no que nos estamos a tornar?
II.SOLIDARIEDADE GLOBAL -Os trinta e três mineiros que ficaram soterrados na mina de São José no Chile tiveram felizmente mais sorte: Graças à parceria de meios humanos e tecnológicos foi possível resgastá-los das entranhas da terra e trazê-los novamente à luz do dia: antes simples mineiros, agora estrelas e heróis.É bom presenciar gestos de solidariedade e verificar que ainda não estamos todos loucos. Ou estaremos?
III.RECONHECIMENTO O sindicato de jogadores de futebol resolveu entregar um cheque no valor de cinco mil euros, a Moinhos antigo jogador do Benfica e da nossa selecção que está a passar por momentos difíceis: problemas económicos e problemas de saúde.
Moinho não foi esquecido e como ele frisou: “ Muitas vezes julgamos estar sozinhos mas nos momentos difíceis há sempre alguém que nos estende a mão.
IV.SEM PALAVRAS- Ronaldinho Gaúcho ex jogador do Barcelona foi brindado no Estádio Santiago Barnabéu com uma assobiadela monumental, Mourinho do outro lado da barricada fez só isto: abraçou-o, simplesmente foi humano, gestos como esse dão-me força para continuar a acreditar no Homem, foi magnânime, são gestos cada vez mais raros.
Deixo-vos , para a semana voltarei.
Até já.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

ESMIUÇAR MEMÓRIAS

Cheguei a Moura numa tarde cinzenta de Setembro, pela primeira vez ia ficar sozinha longe da minha família.Fiquei numa casa de família onde dividia o quarto com outra colega, o que foi bom permitiu-me aprender a partilhar o mesmo espaço com outras pessoas.
Hortelinda, Feliciana. Maria Isabel, Fátima e Joaquina : amigas do coração e colegas de turma.Onde uma se encontrava , as outras cinco estavam perto,éramos um grupo inseparável!Hoje, recordo-as com saudades, porque perdi o seu contacto e nunca mais soube delas. A Feliciana é a única com quem mantenho contacto; de vez em quando temos tido oportunidade de matar saudades , e comprovar a passagem do tempo por nós.
Entre livros e paixonetas de adolescente foi assim que decorreram os três anos que passei em Moura: Frequentava a biblioteca municipal e nasceu em mim o gosto pela poesia e o interesse pelo trabalho dos nossos escritores.Era uma devoradora de livros, uma leitora compulsiva e graças a isso , embarcava em aventuras fascinantes.
O curso decorreu com normalidade , as minhas disciplinas preferidas eram: português, história,.francês, economia política e marketing.
O ano de 1974, ano em que terminei o curso ficou marcado para sempre na minha vida:Em Dezembro o ser que me deu a vida , fez uma viagem sem retorno e com apenas dezassete anos de idade fiquei orfã do amor materno.
O ano acabou negro, mas começou com alegria e esperança, com o 25 de Abril , uma onda de euforia contagiou o país de lés a lés, e aquilo com que eu tinha sonhado , era uma realidade! Os cravos vermelhos tornaram-se símbolo de uma revolução há muito desejada.Nas ruas , o povo entoava slogans e cânticos revolucionários: o verde da esperança, o vermelho dos cravos e a brancura da paz, coloriram o céu desta pátria à beira mar plantada e sentia-se no ar o perfume e o sabor da liberdade!!!
Os políticos que estavam no exílio puderam enfim voltar, as manifestações de rigozijo sucediam-se por todo o país: Era algo maravilhoso o que estava a acontecer, finalmente , após tantos anos de escuridão , vivia-se uma era de liberdade e o povo desfrutava isso com imenso prazer.Hoje com tristeza constato que o dia 25 de Abril de 1974 não passou de um sonho lindo e que os cravos cravos vermelhos murcharam com o calor tórrido do Verão.
O que o 25 de Abril trouxe, as políticas implementadas pelos sucessivos governos foram levando! É caso para dizer " e tudo o vento levou!!!"
Depois vim para Barrancos com o meu pai , e aqui conheci o homem com quem casei e compartilhei os bons e os maus momentos com que a vida me confrontou.
O nosso amor germinou e brotaram três rosas que preencheram a minha vida.Foram longos anos de dedicação, a minha vida foi uma letargia contínua , vivi a felicidade do meu marido e dos meus filhos, esquecendo-me que eu também tinha direito à minha realização pessoal: Para quem tinha sonhado com a felicidade do ser humano, foi anómalo esquecer-me de mim, mas essa entrega preencheu a minha vida e fui feliz .
Em 1988 voltei à vida activa, integrei um equipa de quatro adjuntos de coordenação
com sede no Centro de Emprego de Beja, cabendo-me a mim coordenar os concelhos de Moura e Barrancos.Foi muito o ano de 1988 pois viajei bastante pelas diversas localidades dos dois concelhos, evidenciando o contacto humano que estabeleci, tocando-me profundamente a solidariedade que senti da parte dessa gente.
Em Santo Amador , sensibilizou-me a atitude de pessoas que manifestaram não se importarem trabalhar alternadamente, para que todas o pudessem fazer, neste mundo em que o ser humano se preocupa apenas com o seu umbigo, não posso deixar de realçar gestos que enaltecem o Homem.
Uns anos depois frequentei uma acção de formação que contribuiu para o rumo que tomou a minha vida nos anos seguintes: Depois de oito meses de formação na área de artesanato( cestos e cadeiras), eu e a Ana Bé arregaçámos as mangas e demos início a uma aventura de onde nasceria uma grande amizade. Durante seis anos os nossos dias foram preenchidos com muito trabalho, alternando idas ao campo buscar materiais com participações em feiras de artesanato. As experiências vividas foram muito importantes e reflectiram-se no meu crescimento pessoal.
Mas tudo que nasce , morre e a Noudarte teve o seu fim e então fui para a Sociedade União Barranquense com o meu filho, onde estivemos durante oito anos.Foi muito bom , o relacionamento humano que aí foi possível estabelecer, eu gosto da interacção com as pessoas numa altura em que todos os holofotes estavam apontados para a vila de Barrancos , em parte devido ao Zé Maria vencedor do Big Brother e à polémica sobre os touros de morte, não foi difícil encontrar actores com quem contracenar.
Em 2001 , nasceu o ser que me dá forças para continuar em frente , com determinação enfrentando os dilemas do dia a dia com coragem .
Dia 2 de Novembro o meu netinho Jorge , respirou pela primeira vez o ar desta selva que se chama Terra.
Foi tão bom vê-lo crescer! O primeiro dentinho, os primeiros passos, as primeiras palavras"São oito anos de boas recordações.
Despeço-me por hoje, brevemente continuarei.
Até

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

EU E O FUTEBOL

Hoje sou uma adepta do espectáculo futebolístico, mas não foi sempre assim, recordo-me de quando frequentava o secundário, as conversas das minhas colegas às segundas-feiras eram sobre a jornada da semana, os jogos do Benfica e do Sporting eram motivos de discussão, mas a mim não me dizia nada.
Em 1982 quando se realizou o campeonato do mundo em Espanha, influenciada pelo meu marido, comecei a acompanhar alguns encontros e adquiri um gosto pelo futebol, que nunca mais deixei: tudo que girasse em torno do futebol despertava a minha atenção.
Em 1986 apaixonei-me pelo futebol praticado no Vitória de Guimarães, equipa naquela altura comandada por Marinho Peres e que tinha no seu plantel Paulinho Cascavel que se revelou um óptimo goleador tendo marcado nessa época 22 golos. Em 1987 tive o prazer de ver a final da liga dos campeões que teve com protagonistas Futebol Clube do Porto x Bayern de Munique, em que o Porto foi vencedor. Em sequência dessa vitória, assisti ao jogo para atribuir a Taça Intercontinental entre o FCP e o Peñarol do Uruguai que se realizou no Japão sob uma grande tempestade de neve. Equipas não habituadas ao frio o Porto, conseguiu superiorizar-se e ganhou a taça com toda a justiça. É tão bom recordar aquela madrugada, quando eu me levantei para vibrar com a magia do futebol sob neve, e o nome do nosso querido Portugal atravessou fronteiras. Desde 1982 acompanhei todos os eventos futebolísticos, lembro o caso “saltilho” em 1990 que marcou uma das fases negras da história do nosso futebol.Lembro o campeonato do mundo Coreia x Japão, o acto irreflectido do João Vieira Pinto e o descalabro total da selecção portuguesa.Recordo aquel meia final em que Jordão forçou om prolongamento com a França acabando por perder 3-2 com a França consagrada campeã europeia ao bater a Espanha por duas bolas a zero.Lembro o Euro 2004 ,quando morremos na praia nos confrontos com a Grécia , triste memória da banalização da nossa bandeira, estavámos na era Scolari , que fez vários "casamentos" com o doutor Gilberto Madail.
Platini, Maradona, Paulo Futre, Mário Jardel, Zidane, Figo, Cristiano Ronaldo, Deco, Derlei e tantos outros ficarão ligados à magia do futebol.
Em 2002 José Mourinho assumiu o comando da equipa do FCP, prometendo desde o primeiro momento ganhar o campeonato da próxima 2003/ 2004 , olhado com desconfiança por muita gente , mas ele cumpriu não só ganhou o campeonato , mas também a taça WEFA e em 2004/2005 a Liga dos Campeões Europeus, agora ninguém duvida do seu valor , ele é único , ele é o” Special One”.
Desde então fiquei rendida e ligada ao FCP, porque as emoções que vivi foram reais e tudo que eu vi em campo foi real, não queiram deitar areia para os olhos com apitos dourados, com histórias de fruta e história de túneis. Pois as histórias ligadas ao futebol e algumas com contornos bem turvos, um dia voltarrei a abordar o tema.
Até já.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A BALADA DA NEVE

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
. Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…

E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…

E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.

POESIA DE AUGUSTO GIL

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ainda estamos a tempo !?

Estamos em 2050, acabo de completar os 62 anos, mas minha aparência é de alguém de 85. Tenho sérios problemas renais porque bebo pouca água. Creio que me resta pouco tempo. Hoje sou uma das pessoas mais idosas nesta sociedade.

Recordo quando tinha cinco anos. Tudo era muito diferente. Havia muitas árvores nos parques, as casas tinham bonitos jardins e eu podia desfrutar de um banho de chuveiro cerca de uma hora. Agora usamos toalhas em azeite mineral para limpar a pele. Antes todas as mulheres mostravam sua formosa cabeleira. Agora devemos rapar a cabeça para a manter limpa sem água.

Antes meu pai lavava o carro com água que saia de uma mangueira. Hoje os meninos não acreditam que a água se utilizava dessa forma. Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDA DA ÁGUA, só que ninguém lhes ligava; pensávamos que a água jamais podia terminar. Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aqüíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados.

Antes a quantidade de água indicada como ideal para beber oito copos de água por dia por pessoa adulta. Hoje só posso beber meio copo. A roupa é descartável, o que aumenta grandemente a quantidade de lixo; tivemos que voltar a usar poços sépticos (fossas) como no século passado porque as redes de esgotos não se usam por falta de água.

A aparência da população é horrorosa; corpos desfalecidos, enrugados pela desidratação, cheios de chagas na pele pelos raios ultravioletas que já não tem a capa de ozônio que os filtrava na atmosfera. Imensos desertos constituem a paisagem que nos rodeia por todos os lados. As infecções gastrintestinais, enfermidades da pele e das vias urinárias são principais causas de mortes.

A indústria está paralisada e o desemprego é dramático. As fábricas dessanilizadoras são a principal fonte de emprego e pagam-te com água potável ao invés de salário. Os assaltos por um pouco de água são comuns nas ruas desertas. A comida é 80% sintética. Pela ressiquidade da pele de uma jovem de 20 anos está como se tivesse 40. Os cientistas investigam, mas não há solução possível.

Não se pode fabricar água, o oxigênio também ta degradado por falta de árvores o que diminuiu o coeficiente intelectual das novas gerações. Alterou-se a morfologia dos espermatozóides de muitos indivíduos, como conseqüência há muitos meninos com insuficiência, mutações e
deformações.

O governo até nos cobra pelo ar que respiramos, 137m³ por dia por habitante adulto. A gente que não pode pagar é retirada das "zonas ventiladas", que estão dotadas de gigantescos pulmões mecânicos que funcionam com energia solar, não são de boa qualidade, mas pode-se respirar, a idade média é 35 anos.

Em alguns países ficaram manchas de vegetação com seu respectivo rio que é fortemente vigiado pelo exército, a água tornou-se um tesouro muito cobiçado mais do que ouro e diamantes. Aqui em troca, não há arvores porque quase nunca chove, e quando chega a registrar-se precipitação, é chuva ácida; as estações do ano tem sido severamente transformadas pelas provas atômicas e da indústria contaminante do século XX.

Advertia-se que havia que cuidar do meio ambiente e ninguém fez caso.
Quando minha filha me pede que lhe fale de quando era jovem descrevo o bonito que eram os bosques, lhe falo da chuva, das flores, do agradável que era tomar banho e poder pescar nos rios e barragens, beber toda a água que quisesse, o saudável que era a gente.

Ela pergunta-me: Papai! Porque se acabou a água?
Então, sinto um nó na garganta; não posso deixar de me sentir culpado, porque pertenço à geração que terminou destruindo o meio ambiente ou simplesmente não tomamos em conta tantos avisos.

Agora nossos filhos pagam um preço alto e sinceramente creio que ha vida na terra já não será possível dentro de muito pouco porque a destruição do meio ambiente chegou a um ponto irreversível. Como gostaria de voltar atrás e fazer com que toda a humanidade compreendesse isto quando ainda podíamos fazer algo para salvar o nosso planeta Terra!

Até já.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

As comemorações dos cem anos da Implantação da República culminou dia cinco de Outubro em grande com uma cerimónia nacional que contou com a presença dos órgãos máximos da nossa república. Após as comemorações os políticos encaminharam-se para as normais inaugurações, não importando quem vai inaugurar, este ano houve um caso insólito a ministra do ambiente foi inaugurar um agrupamento escolar, e houve alunos que não a reconheceram como ministra de educação.
Eu quando verifico que exagero nos meus comentários, acho justo dar um esclarecimento sobre os comentários que fiz sobre o Paulo Bento sobre a sua capacidade de gerir os conflitos na selecção comparando-o com os procedimentos que teve quando foi técnico dos leões, Paulo Bento já deixou há bastante tempo o comando da equipa de Alvalade e as cenas continuam, desde a maçã podre, passando por Liedson, Djaló, culminando esta semana com Izmailov que dá uma entrevista a um jornal russo arrasando com os órgãos directivos do clube leonino. Há qualquer coisa que não funciona internamente, eu fui injusta deitando grande parte das culpas ao antigo treinador, mas após a saída dele os casos tornaram a suceder com incidentes lamentáveis.
Esta semana o Futebol Clube do Porto, perdeu os primeiros pontos e o treinador demonstrou pouca maturidade e disparou em todos os sentidos, tendo como atenuante o clima de suspeição que existe no meio futebolístico e de uma forma geral em todos os sectores da sociedade portuguesa. Apesar de tudo discordo de quem compare o André Villas Boas com José Mourinho, André é um treinador bastante jovem, Mourinho é a velha raposa, Villas Boas admite quando erra, o José Mourinho nunca o vi fazer.
Como disse Jorge Jesus ainda há muito frango a virar, só no fim do campeonato é que se fazem contas, Neste momento o Benfica e o Porto são os dois candidatos mais bem posicionados para atingirem a meta em primeiro lugar, mas tudo pode acontecer até lá, espero que não haja histórias de arbitragens duvidosas, nem histórias nebulosas nos túneis, espero que tudo se desenrole com transparência.
Até já.

A NATA DA LITERATURA PORTUGUESA

No baile de máscaras que vivemos, basta-nos o agrado do traje, que no baile é tudo. Somos servos das luzes e das cores, vamos na dança como na verdade...”

“Sou os arredores de uma vila que não há. (...) Sou uma figura de romance por escrever.”

“A liberdade é a possibilidade de isolamento. (...) Se te é impossível viver só, nasceste escravo.”

“...certas personagens de romance tomam para nós um relevo que nunca poderiam alcançar os que são nossos conhecidos e amigos, os que falam conosco e nos ouvem na vida real.”

“...como tudo dói se o pensamos como conscientes de pensar, como seres espirituais em que se deu aquele desdobramento da consciência pelo qual sabemos que sabemos!”

“A condição essencial para ser um homem prático é a ausência de sensibilidade (...). A arte serve de fuga para a sensibilidade que a ação teve que esquecer.”

“O poema que eu sonho não tem falhas senão quando tento realizá-lo.”

“Dói-me o universo porque a cabeça me dói.”

“A memória, afinal é a sensação do passado... e toda sensação é uma ilusão.”

“Fechos subitamente portas dentro de mim, por onde certas sensações iam passar para se realizarem.”

“A vida é a hesitação entre uma exclamação e uma interrogação. Na dúvida, há um ponto final.”

“Há qualquer coisa de longínquo em mim neste momento. Estou de fato à varanda da vida, mas não é bem desta vida. (...) Sou todo eu uma vaga saudade, nem do passado, nem do futuro: sou uma saudade do presente, anônima, prolixa e incompreendida.”

“Errei sempre os gestos que ninguém erra; o que os outros nasceram para fazer, esforcei-me sempre para não deixar de fazer. Desejei sempre conseguir o que os outros conseguiram quase sem o desejar. Entre mim e a vida houve sempre vidros foscos: não soube deles pela vista, nem pelo tato; nem a vivi essa vida ou esse plano, fui o devaneio do que quis ser, o meu sonho começou na minha vontade...”

“Mas nem a dor humana é infinita, pois nada há humano de infinito, nem a nossa dor vale mais do que ser uma dor que nós temos.”

“O maior domínio de si próprio é a indiferença por si próprio.”
Trechos do : O livro do Desassossego", de Ricardo dos Reis heterónimo, de Fernando Pessoa



Tive contacto com esta obra na sequência da informação do filme
de João Botelho , e deu-me vontade de abordar o tema e para isso pesquisei sobre o livro e atingi o céu ,tal foi o meu fascínio perante a profundidade da escrita , e ainda bem que o fiz, não gosto de abordar de maneira superficial as minhas análises e então conheci uma face de Fernando Pessoa que eu desconhecia " o filósofo".É uma obra que eu recomendo e vale a pena conhecer , há que concordar com o ditado " vivendo e aprendendo " , pois enquanto nós estivemos neste mundo , estamos em constante aprendizagem.
Até já

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

DESASSOSSEGO

João Botelho realizador cinematográfico prepara a grande estreia do filme do desassossego, baseado na obra “ O livro do Desassossego” de Ricardo do Reis heterónimo de Fernando Pessoa. Após o fracasso do filme “ Corrupção “, baseado no bestseller “ Eu Carolina” da grande escritora “ Carolina Salgado” ex companheira de Jorge Nuno Pinto da Costa , o realizador pretende atingir o auge da sua carreira , com o desassossego de Fernando Pessoa , desassossego , que ele talvez possa ter , por ter ajudado a expor na praça pública uma condenação que anos mais tarde, os tribunais civis acabaram por absolver. Esse senhor a que se refere o fime deve de ser de ser muito poderoso, não se limitou a comprar árbitros no campeonato nacional, atingiu mesmo a esfera europeia , comprando em 2003 uma taça UEFA e em 1987 e 2004, a liga dos Campeões. É tão bom recordar a magia azul e branca vivida nesses encontros, a magia do calcanhar de Madjer , a magia do plantel do Futebol Clube do Porto dos anos doirados de 2003/ 2004 e é triste pensar que há quem queira reduzir tudo ao poder de um homem que cometeu o crime de amar incondicionalmente o seu clube e ter para o mesmo grandes ambições . Em vez do Desassossego João Botelho devia ter seguido a linha da investigação e descer atá aos túneis dos campos de futebol , onde as toupeiras urdindo artimanhas surreais se sentem muito confortáveis e movimentam-se urdindo esquemas para tramar as suas vítimas e onde são apanhados nas suas teias os mais incautos. Talvez um longa metragem nos tão populares túneis da Luz e o sucesso estaria garantido pois seriam seis milhões que não deixariam de assistir a esse filme insólito , baseado na obra “ Vamos parar Hulk”, de Ricardo Costa, presidente da comissão de Disciplinar da FPF .
Para quem desceu tão baixo com Corrupção, é muito pretensão querer subir tão alto com a nata da literatura portuguesa .
Quero aqui deixar uma explicação sobre a publicação“ Decisões dolorosas” , essa mensagem não foi dirigida a ninguém em especial , mas a quem se reveja na minha escrita, a Ana Catarina é um nome fícticio que a que eu recorri nesse momento de revolta e abatimento .
A Maria Galhoz está de volta , a Maria Galhoz que escreve o que quer , não uma Maria Galhoz que alguém pode ter pensado que era fácil condicionar , asseguro-vos eu sou assim livre como uma gaivota , transparente como a água que ainda corre transparente em qualquer riacho onde a mão humana ainda não chegou.
Estou muito contente por verificar que há muita gente que segue este blog, está na hora de se libertarem e terem coragem de se manifestarem de um forma corajosa identificando-se e não ter medo de expor as vossas ideais.
Qualquer dia voltarei.
Até já.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

LIBERDADE

CANTAR A LIBERDADE

«Trova do Vento que Passa»

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não

AUTOR : MANUEL ALEGRE