Uma mulher esteve nove anos morta em casa. Vivia sozinha em Rinchoa, Sintra e, se estivesse viva, faria 96 anos na próxima semana. Apesar dos alertas dados por uma vizinha, a PSP só encontrou o corpo, dentro do apartamento, esta terça-feira, após este ter sido vendido num leilão pelas Finanças.
O cadáver esteve nove anos no chão da cozinha da casa onde vivia sozinha há 30 anos, na companhia de um cão. Nestes últimos nove anos uma vizinha, Aida Martins, tentou por diversas vezes alertar as autoridades para a situação e pediu mesmo para abrirem a porta do apartamento, o quarto andar direito.
Aida Martins deu por falta de Augusta Martinho em Agosto de 2002. A idosa de 87 anos deixou de ser vista e as cartas começaram a transbordar na caixa de correio. Na GNR disseram-lhe que não podiam abrir a porta. Foi preciso o apartamento ter sido vendido num leilão das Finanças, por causa das dívidas, para que tal acontecesse. Quem comprou não tinha chave e houve ordem de arrombar a porta.
Até ao momento as autoridades não se mostraram disponíveis para falar sobre este caso. Augusta Martinho faria 96 anos no próximo sábado. Tal como a dona, o seu cão de companhia foi encontrado morto na varanda.
Em pleno século XXI , isto demonstra a desumanização que é evidente na nossa sociedade como é possível que um ser humano morra e a sua morte seja ignorada durante 9 anos , isto mostra o isolamento em que vivem as pessoas e a indiferença perante o nosso semelhante faz parte do dia principalmente nos centros urbanos.Como é possível que as autoridades( GNR e PSP) tenham ignorado os sinais de alerta da vizinha que tinha detectado que havia algo errado visto a caixa do correio da vizinha abarrotar e a reforma não se levantada e de Augusta Martinho não se vista na rua há muito tempo.Como é possível as autoridades não ligarem aos alertas pois " senão cheira mal está tudo bem", mas não estava a senhora morreu sabe-se lá como e quanto tempo durou a sua agonia e nem o seu fiel amigo, o cãozinho que foi encontrado morto na varanda lhe pode valer , a ele também não houve uma mão que o afastasse da fatalidade de partir depois de a sua dona terminar a sua vida terrena. Uma janela sempre aberta e a agonia do cãozinho não foi ouvida pois nós os terrenos vivemos tão apressados no nosso mundo que não temos tempo para parar e olharmos para o lado e captar qualquer sinal de alarme .Não podemos parar e assim Augusta Martinho e o cão estiveram durante nove longos anos esquecidos no local onde viveram durante tanto tempo e ninguém deu pela sua falta , nem a janela sempre aberta , evidência de que alguma coisa não estava bem. Para a segurança social deve ter sido um alívio , mais numerário que ficou em caixa , para quê investigar ? Augusta Martinho era só um número e nos últimos anos nem número era, era apenas pó! Foi o imposto municipal não pago que causou a descoberta insólita : a casa foi penhorada e vendida em leilão ! Triste história de alguém que morreu sem dignidade!
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